Desde a adolescência sempre
sonhei em ter vários filhos. D. Filhinha, minha professora da 2ª série dava
muita risada quando eu dizia que teria 13 filhos! Não sei porque insistia em
falar disso para todos. Os anos foram passando, fui tendo outras fantasias,
outros desejos, outros planos... tive alguns namorados, me apaixonei algumas
vezes, achei que apaixonei outras tantas, mas a idéia de ser mãe nunca se
materializou. Quando fiz 30 anos, uma amiga me cobrou “ se tu quer ter família
grande, não acha que já deveria ter parido alguns pares de vezes aos 30?”, eu
dei risada e o assunto se escondeu de novo.
Em 2005 quando conheci Valter,
tive certeza que ele seria o pai ideal para os meus filhos. Como eu já estava
com 33 anos, já não imaginava mais tendo 13 partos, mas pelo menos dois ou três
filhos ainda faziam parte dos meus sonhos de uma família.
Quando fomos morar juntos, a
idéia foi ficando cada vez mais presente em nossos dias. Tentamos no primeiro
ano e nada de gravidez. No início do segundo ano de casamento, comecei a fazer
os exames. Procuramos um especialista. Nós dois fizemos todos os exames
necessários e o resultado foi uma tal de “infertilidade sem causa aparente”, não
tínhamos nada física e biologicamente que nos impedisse de engravidar. Fiz uso
de estimulantes de ovulação, controlei meu ciclo milimetricamente... Encontrei (e
me achei) um grupo maravilhoso no Orkut (Temperatura basal ) onde um tanto de
mulheres das mais variadas idades, classe social, cor, identidade sexual,
moradoras de várias partes do mundo tinham o mesmo objetivo: engravidar. Com elas eu dividia a angústia de todo mês ver
descer em forma de sangue o meu sonho. A cada mês, a frustração, a sensação de
impotência, de incompletude se confirmava e eu sofria, sofria, sofria. Eis que
em dezembro, naqueles dias de energia das festas de Natal e Reveillon, num
instante veio à cabeça a idéia da adoção.
Vou ali, mais tarde continuo.
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