terça-feira, 20 de março de 2012

Viver não dói




Carlos Drummond de Andrade

Viver não dói

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Rio de Janeiro, em março III.

A cidade é linda. Fato. Mas a beleza da vista do Cristo, por exemplo, é tão divulgada que não é surpreendente. A gente só faz confirmar "realmente, é lindo!". A mesma coisa é com o calçadão de Copacabana, o Pão de Açúcar... fazem parte do nosso imaginário desde sempre. Então, o que me surpreendeu mesmo na cidade foi a gente ir para o cinema e voltar pra casa depois da meia-noite andando;a Cinelândia me emocionou... e me apaixonei pelos corredores da estação do metrô em Copacabana. Quero voltar mais vezes
. Muitas vezes. Tem muita coisa pra ver e fazer ainda por lá.

Rio de Janeiro, em março II.

Samba do Avião
Tom Jobim Eparrê
Aroeira beira de mar
Canôa Salve Deus e Tiago e Humaitá
Eta, costão de pedra dos home brabo do mar
Eh, Xangô, vê se me ajuda a chegar
Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Copacabana, Copacabana
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós Pousar...

Rio de Janeiro, em março.

Finalmente, após 40 anos de vida, fui conhecer o Rio. E fui num momento onde conhecer a cidade era apenas um detalhe. Na verdade, o que eu queria mesmo era um concerto de piano, beijo na boca e ser feliz. Mas fiquei encantada com a cidade! Desde a hora que vi a cidade de cima, até a hora que voltei pra casa, achei tudo lindo. Também, com a recepção que tive e o guia que me mostrou o que deu pra mostrar em 3 dias, eu só poderia mesmo me apaixonar.

terça-feira, 6 de março de 2012

Breno

Quase morro de tristeza nesses últimos dias. No domingo, ainda embriagada com o Rio, abri meu e-mail e tive uma notícia que me nocauteou. Meu amigo Breno, com quem mantive uma relação de intensa amizade, confiança, companheirismo... morreu em um acidente de moto 15 minutos de casa. Me sinto órfã, traída, profundamente triste. Breno era pra mim um refúgio, onde eu buscava forças para lidar com as coisas do trabalho, da política... com as tristezas da desigualdade social do nosso país. Ele me entendia e dividia comigo as angústias e os sonhos de um mundo melhor. Estou triste, cansada, mas ao mesmo tempo, procuro entender porque uma pessoa que anda de moto a vida inteira(faria 50 anos no dia 8 de julho), já rodou o Brasil inteiro de moto (até publicou um livro "29 000 km de moto e barco pelo Brasil", morre pertinho de casa num acidente... de moto. Tem coisas que não dá pra entender, só aceitar. E tocar em frente. Eu fico tranquila também porque ele sabia muito bem o quanto eu o amava. Vivia dizendo isso pra ele. Falava sempre da importância dele em minha vida e de como sentia sua falta se demorasse muito em aparecer. E esse sentimento era retribuído. Eu sentia isso. Ainda sinto.

domingo, 29 de janeiro de 2012

... de repente, amor.

Novo Amor
Maria Rita A luz apaga porque já raiou o dia
E a fantasia vai voltar pro barracão
Outra ilusão desaparece quarta-feira
Queira ou não queira terminou o carnaval.
Mas não faz mal, não é o fim da batucada
E a madrugada vem trazer meu novo amor
Bate o tambor, chora a cuíca e o pandeiro
Come o couro no terreiro porque o choro começou.
A gente ri
A gente chora
E joga fora o que passou
A gente ri
A gente chora
E comemora o novo amor.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Maceió

A primeira vez que viajamos só nós dois, sem as tias. Fomos para Maceió, com Anita, Virgínia e Margô.Lucas adorou viajar de avião(só reclamou do cinto, mas era de esperar.